Enfeitiçados pelas Bacantes, acabamos igualmente enfeitiçados pelo feminino e pelas suas manifestações de morte e renascimento. Para Lara Guidetti, João Garcia Miguel criou um solo sobre a morte e renascimento da Deusa que vive em cada um de nós. Uma abordagem à Bacante do ponto de vista de quem dança. A Deusa que pode inspirar, libertar e despertar, homens e mulheres, que se move e manifesta entre quatro cenários: mulheres, água, pássaro e céu. Lara Guidetti dança a metamorfose da Deusa atual, o corpo de uma bailarina que nos permite aceder ao símbolo, à profundidade transformativa. Aproximamo-nos do presente indecifrável no texto através de metáforas criadas pelo corpo.
O corpo é um Deus de muitas caras, possui atributos e possibilidades narrativas excêntricas. O corpo é dono de uma narrativa singular diretamente ligada aos ossos, músculos, pulsação. Obriga a uma arquitetura de realidade que se excede e contrasta consigo própria. O centro do texto de Eurípides é a interdição do corpo e dos seus poderes inoportunos de transposição do espaço e fogos acionadores. Aborda o poder incendiário do corpo e da clareza de olhar que o sustém, que fará parte da investigação deste processo criativo. Para fazer do corpo um texto e dá-lo a ler a outros corpos.
A partir do texto original | As Bacantes de Eurípedes
Direção, encenação e escrita| João Garcia Miguel
Coreografia e Interpretação | Lara Guidetti
Música original | Rui Gato e Sara Ribeiro
Iluminação | Luis Bombico, a partir de uma ideia de João Garcia Miguel
Direção de som | Manuel Chambel
Produtor italiano | Fabio Ferretti
Produtor executivo | Raquel Matos
Design gráfico, fotografia e vídeo | Tyrone Ormsby
Comunicação | Alcina Monteiro
+info em http://www.joaogarciamiguel.com